No Lugar da Palavra
Às vezes, parece que escrevo
como escreveria a própria palavra.
Ou ela que me vive,
como se vivesse na minha vida.
Ela, saída de meus dedos,
cheia de si, caminha pela sala.
Abre as cortinas,
arruma o tapete,
alinha os móveis,
acende a luminária.
Ando pelo branco do papel
enquanto ela, sorrateira,
troca-me as pernas pelos braços.
Tira-me a razão como se,
meus olhos, tirasse, ao acaso.
A noite vem.
E, ao deitar-me no verso, ela se aquieta:
emprega frase por frase,
mesmo onde não cabe.
A palavra certa, como num impasse,
apaga a luz, sossega e me espera.
como escreveria a própria palavra.
Ou ela que me vive,
como se vivesse na minha vida.
Ela, saída de meus dedos,
cheia de si, caminha pela sala.
Abre as cortinas,
arruma o tapete,
alinha os móveis,
acende a luminária.
Ando pelo branco do papel
enquanto ela, sorrateira,
troca-me as pernas pelos braços.
Tira-me a razão como se,
meus olhos, tirasse, ao acaso.
A noite vem.
E, ao deitar-me no verso, ela se aquieta:
emprega frase por frase,
mesmo onde não cabe.
A palavra certa, como num impasse,
apaga a luz, sossega e me espera.
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