Jardim de Esmeraldas
Cantas em tom degradê.
Alta e pianíssima como fada,
batendo asas em volta do ipê.
Não sei se és flor amarela
ou se aquela passarinha és tu.
Não sei se em mim me acuo
ou se há em mim uma janela.
Não sei mais se és folha de arbusto
ou se és estrela que, singela,
pinga aos goles de vinho bruto
misturada a uma cor de macela.
Não sei se és bruma da noite
nas teias da aranha magrela,
ou feito as gotas do orvalho,
deitadas sobre a primavera.
Talvez fosse mais que a floresta.
E eu, cada pássaro num galho d'árvore;
cada ninho sob os pés de um pássaro.
Como rebento que tua natura espera.
Alta e pianíssima como fada,
batendo asas em volta do ipê.
Não sei se és flor amarela
ou se aquela passarinha és tu.
Não sei se em mim me acuo
ou se há em mim uma janela.
Não sei mais se és folha de arbusto
ou se és estrela que, singela,
pinga aos goles de vinho bruto
misturada a uma cor de macela.
Não sei se és bruma da noite
nas teias da aranha magrela,
ou feito as gotas do orvalho,
deitadas sobre a primavera.
Talvez fosse mais que a floresta.
E eu, cada pássaro num galho d'árvore;
cada ninho sob os pés de um pássaro.
Como rebento que tua natura espera.
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