Espelho
Cá de novo estamos
Numa noite crua,
Sem o tempo necessário
Do cozimento;
Numa carne fria,
Com toda rigidez
Pós-mortem.
Estamos os dois, solos,
Numa terra dízima
De vento periódico.
Cá, nas paredes do emissário,
Penduram-nos quadros
Desalinhados,
E as paredes chovem.
Cá estamos à cabina...
Quando a escotilha fecha,
Ouve-se agüar o casco,
Gritar os botos,
Chorar as baleias às pedras,
Ao despertar o diabo.
Cá estamos eu e a distância;
Dois próximos semelhantes
Numa reta finda,
Podres, mal-cheirosos,
Cheios de sonhos penosos,
Suados, bêbados...
Cá estamos eu, a vida
E o espelho.
Numa noite crua,
Sem o tempo necessário
Do cozimento;
Numa carne fria,
Com toda rigidez
Pós-mortem.
Estamos os dois, solos,
Numa terra dízima
De vento periódico.
Cá, nas paredes do emissário,
Penduram-nos quadros
Desalinhados,
E as paredes chovem.
Cá estamos à cabina...
Quando a escotilha fecha,
Ouve-se agüar o casco,
Gritar os botos,
Chorar as baleias às pedras,
Ao despertar o diabo.
Cá estamos eu e a distância;
Dois próximos semelhantes
Numa reta finda,
Podres, mal-cheirosos,
Cheios de sonhos penosos,
Suados, bêbados...
Cá estamos eu, a vida
E o espelho.
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