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Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu;/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu,/ Foi espectro de homem - não foi homem,/ Só passou pela vida - não viveu. (Francisco Otaviano)

20.6.07

Tempo

Cada um bem no seu tempo de partir
Quando um floresce novo, o outro germina
E se faço-me de morto, ele vibra
Se largo-me no mundo, ele quer vir

Num tempo meu, vivo-te à noite inteira
Num tempo que é teu, morro-te e não clamo
Meus segundos são dias, os teus, anos
Minha dor é completa, e a tua, meia

Ponteiro que do relógio me foge
Que eternamente pertença-me o tempo
Não digo de todo o arrependimento
Mas do que sinto, crio-te minha ode

Um tempo que não é soneto, mas tenta
Que não é palavra, mas murmura fundo
Meu tempo nazista que ergue-te um muro
Do lado judeu, rompe-te nas fendas

E verso-te no meu tempo de lápis
E bordo-te num tempo meu de lã
Canto-te na caixa da bailarina

Meu destino torto ou minha sina vã
De amar-te grande; tanto que não cabe

Nosso tempo de cantos e de imagens
De futuros incertos e de planos
Que assopramos juntos à tempestade

Um coração tão molenga, de pano,
Que ama-te grande; tanto que não sabes.

2 Comments:

Blogger Renan Oliveira said...

mto bom....uma das melhores definicoes de tempo q já vi...cada um com o seu
abraços

16:21  
Anonymous Anônimo said...

Aeee aulinha de portugues esse poema, hein?!

Quebrou a cabeca pra fazer hauhauhauha

Muito bom
Valeu!

15:49  

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