Verão
Não sou muito do Verão. Tenho todas as estações em mim, mas não me aturo no Verão. Porque sei que não inalo sol e não engulo a chuva. Não gosto da astúcia toda envolvida na malandragem dos olhares que, nessa época, vigora. Sou poeta muito mais do Inverno, quando entristeço. Muito mais da Primavera, quando amo. Muito mais do Outono, quando envelheço.
Época de felicidade extrema (ou fingimento dela), o Verão me deixa furtivo. Não que eu seja infeliz. Mas sinto que minha felicidade é minha, e unicamente minha: não me divido. Aquela felicidade toda de Coltrane, largada num sax divertido e escalático. Devo ter muito mais de Chet Baker - que seja daquela face da Lua, escondida pela nuvem e embalada pelo descaso.
Sou muito mais das entrelinhas da Primavera. Das horas em que a flor desabrocha, se abre toda e se espreguiça, como se abrisse os braços e esticasse as pernas, no bocejo da manhã. Primavera é fresca feito hortelã (e os beijos de hortelã são muito melhores). E as folhas, tão verdes, se preparam para sugar o máximo de vida, perder a força e cair no Outono.
É aí, quando creço. E adoro envelhecer - digo de passagem. As copas das árvores se renovam. O orvalho prende-se às teias das aranhas, como as lágrimas se prendem aos olhos e, as palavras, à saliva. E no Inverno é que choro tudo acumulado. Entristeço de alegria. Rememoro, e necessito. Minha tristeza de Inverno não é mais que a saudade revivida.
Meu Verão chove!
Deveras precipita!
Época de felicidade extrema (ou fingimento dela), o Verão me deixa furtivo. Não que eu seja infeliz. Mas sinto que minha felicidade é minha, e unicamente minha: não me divido. Aquela felicidade toda de Coltrane, largada num sax divertido e escalático. Devo ter muito mais de Chet Baker - que seja daquela face da Lua, escondida pela nuvem e embalada pelo descaso.
Sou muito mais das entrelinhas da Primavera. Das horas em que a flor desabrocha, se abre toda e se espreguiça, como se abrisse os braços e esticasse as pernas, no bocejo da manhã. Primavera é fresca feito hortelã (e os beijos de hortelã são muito melhores). E as folhas, tão verdes, se preparam para sugar o máximo de vida, perder a força e cair no Outono.
É aí, quando creço. E adoro envelhecer - digo de passagem. As copas das árvores se renovam. O orvalho prende-se às teias das aranhas, como as lágrimas se prendem aos olhos e, as palavras, à saliva. E no Inverno é que choro tudo acumulado. Entristeço de alegria. Rememoro, e necessito. Minha tristeza de Inverno não é mais que a saudade revivida.
Meu Verão chove!
Deveras precipita!
3 Comments:
um dia acordo com flores e cores... daquelas que que brilham no sol.
outro dia prefiro ver folhas... daquelas bem secas que caem no chão.
dias com as flores brancas... felizes e frias, com uma tristeza intensa que vira felicidade!
e o dia com flores amarelas... com ternura e simpatia!
e assim vou indo, de estação em estação.
às vezes é bom estar radiante... não? ;)
Lindo!
Sempre me comparei com as fases da lua...rrrs
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