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Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu;/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu,/ Foi espectro de homem - não foi homem,/ Só passou pela vida - não viveu. (Francisco Otaviano)

12.9.07

Metade Segunda

Sem você não sou inteiro
Sou metade

A parte escurecida de uma lua minguada
Minha sala vazia de um lado
A calada visita de um novo ocaso
Na metade do horizonte que ferve pacato

A metade da cama que deito
O leito que a solitude marca
Um travesseiro sem nuca
A minha corrida sem freio
Numa estrada quebrada

A metade dos olhos que leio
Os teus olhos molhados, sem veio
O grito da madeira cortada ao meio
Que tomba na mata queimada

Quando durmo, imagino teu sono
Que metade é meu e que o prendo
Que a metade da noite que solto
Por todo meu dia me lembro

Sem você não sou inteiro
Sou metade

Choro metade das lágrimas
E guardo o resto vencido
Espero metade do tempo
Bebo metade do copo
Metade do mundo, metade de mim
Fumo o vento com um dos pulmões
Do mesmo jeito que me uso de um rim

Um coração que davaneio
Quase cheio até o meio
Afogando-me onde moro

E dali me permeio em tua face
Sigo metade da vida e retorno
Bem para te amar por inteiro
E ser amado pela metade

2 Comments:

Blogger Renan Oliveira said...

a outra metade do poema eu fiz coincidentemente há 3 dias atrás....incirível...marcel tá de prova...
abs

00:03  
Anonymous Anônimo said...

Linda poesia, profunda... A Poesia tem o poder de quebrar a barreira do superficial, é uma viagem...
Beijos

23:28  

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