Da Poesia Viva

Minha foto
Nome:
Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu;/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu,/ Foi espectro de homem - não foi homem,/ Só passou pela vida - não viveu. (Francisco Otaviano)

29.11.11

Autumn Fall


Orange leaves
and naked trees made of chocolate
on the grass
under us

in the glass
strawberries and wine and colors
lovers
and their eyes
children

I wonder if it is all real
the last dawn
above us
the first Sunday

I wonder if the world
is for everyone

Enxaqueca


Dói a nuca
Interna
Entre a vértebra
e o cérebro
Enxaqueca
Fúnebre
Desespera

Acho que é excesso de tudo:
que em mim não caiba o mundo
mas caiba o certo.
Caiba na mente o que se pode nela.

Estrada


Calhou-me agora não ter os olhos para a estrada
que tanto tinh'antes.
Parece que meu tempo é 'doravante',
e em minha vida, quiçá, parti do nada.
Minh'estrada eu unicamente vivo
mesmo se ficara p'ra trás num cruzamento.
Parece que meu tempo é 'novamente',
e em meu futuro cruel, morri sozinho.

História


Toda vez que saio de casa
pareço fazê-lo anacruse:
um passo vem d'outro
e, o primeiro, do nada,
como a História fez-se amiúde.

Louças


Co'as ruas fechadas,
o céu aberto
e a fronte abarcada,
decerto alguém compila
as nuvens em gotas.
Qual ofício de anular a lida.

O que parece-me de longe
é que o soluço da noite é uma afronta
às horas do dia.
Como a pororoca
é o trovão quebrando as louças.
Minhas horas
são um padrão abarrotando a vida.