Canção da Saudade
É só ferida de batalha;
É uma fenda rasa na estrada,
a caminho da ilusão.
Não é nada
É só a voz da madrugada:
vento que corta feito uma navalha,
talha fundo o coração.
Não é nada
É só tristeza mascarada
na fantasia de um conto de fadas;
numa tela de Miró.
Não é nada
É só papel, caneta e mágoa;
É solitude, em mim desarrumada,
Onde a saudade ateia nó.