Qualquer Momento
Tu és quase menina
E quase velhinha,
Quando se ri sozinha
Do aconchego do sol.
Tu és pêra em fatias,
Maçã, uva e salada mista,
Quando sorri colorida,
Com vergonha de nós.
Tu és o próprio nome;
Aquela que alumia e some.
Que, em meu coração de homem,
Ergueu um muro, bloco a bloco.
Tu és o balanço da estrela
Quando em mim cambaleia;
Os decores da mesa
E a poeira do sótão.
Tu és meu castigo
Da gangorra do espírito;
A lenda e o mito;
A minha loucura e o meu lógos.
Tu és parecida comigo
Quando sou pequenino...
Que num falar ventríloco,
Sento calado em seu colo.
Tu és qualquer coisa:
Perfeccionista doida,
Do fim da crista da onda,
Aos pés de areia sólidos.
Tu és o inverso;
Um encontro eterno,
Meu amor externo
Que não conhece o ódio.
Tu és um prefixo
De negação ao lixo,
Que, num vasto brilho,
Ofusca meu lado sórdido.
Tu és meu ócio,
Amor de atraso e próximo,
Amor distante e dócil,
Amor que, eternamente, vivo.
Tu és meu amor próprio e
Meu poema-filho pródigo.
Um lar em que não moro,
Mas que em memória, visito.
Tu és tudo, acredite!
Ego, superego, inconsciência, ide...
E mesmo que eu hesite,
Tu és tudo mesmo o que sinto.
Tu és, veja, não só de dentro;
És o amor de amar fora, isento.
Amor que te amo tanto
E é, contudo, um alívio!
Tu que és um passado,
Um futuro, e um vício
Que não curo (e nem quero),
Do qual me uso sem critério,
Sempre e em qualquer momento.
E quase velhinha,
Quando se ri sozinha
Do aconchego do sol.
Tu és pêra em fatias,
Maçã, uva e salada mista,
Quando sorri colorida,
Com vergonha de nós.
Tu és o próprio nome;
Aquela que alumia e some.
Que, em meu coração de homem,
Ergueu um muro, bloco a bloco.
Tu és o balanço da estrela
Quando em mim cambaleia;
Os decores da mesa
E a poeira do sótão.
Tu és meu castigo
Da gangorra do espírito;
A lenda e o mito;
A minha loucura e o meu lógos.
Tu és parecida comigo
Quando sou pequenino...
Que num falar ventríloco,
Sento calado em seu colo.
Tu és qualquer coisa:
Perfeccionista doida,
Do fim da crista da onda,
Aos pés de areia sólidos.
Tu és o inverso;
Um encontro eterno,
Meu amor externo
Que não conhece o ódio.
Tu és um prefixo
De negação ao lixo,
Que, num vasto brilho,
Ofusca meu lado sórdido.
Tu és meu ócio,
Amor de atraso e próximo,
Amor distante e dócil,
Amor que, eternamente, vivo.
Tu és meu amor próprio e
Meu poema-filho pródigo.
Um lar em que não moro,
Mas que em memória, visito.
Tu és tudo, acredite!
Ego, superego, inconsciência, ide...
E mesmo que eu hesite,
Tu és tudo mesmo o que sinto.
Tu és, veja, não só de dentro;
És o amor de amar fora, isento.
Amor que te amo tanto
E é, contudo, um alívio!
Tu que és um passado,
Um futuro, e um vício
Que não curo (e nem quero),
Do qual me uso sem critério,
Sempre e em qualquer momento.