Da Poesia Viva

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Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil

Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu;/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu,/ Foi espectro de homem - não foi homem,/ Só passou pela vida - não viveu. (Francisco Otaviano)

20.2.09

Compondo

Ando vacilando!
Meus acordes degringolam
Em tons menores.
E afirmo: não se fazem músicas em tons menores,
Apenas.
Tristeza não faz escola
Em nenhum compositor que se preze;
Nem a mim, que em tanta tristeza pende;
Nem àqueles, em que toda alegria fere.

11.2.09

Insônia de Lua Cheia

Parece dia, mas eu durmo.
Deitada, minha cabeça,
Num travesseiro de pluma.
No meio da rua,
Num sono profundo.

Meu sonhos me dão paura.
Os morcegos, as corujas,
As estrelas... Acham-me todos na rua
Usando de enormes lupas.

Pairo em meu luto de insone.
E em minha madruga,
Quem se presta a ser meu cicerone
É o imenso olho-catarata,
Em forma de Lua.

9.2.09

Hoje

Hoje, bateu saudade...
Parte cheia de mim,
Te espera e te espera,
Mas te nega, na verdade.

Hoje, tarde da noite,
Vou me revirar nas horas,
Engolir em seco a madrugada,
Como engolisse as palavras,
Desiludido e afoito.

Nada mais escondo na face.
Tudo transparece,
E parece que o estômago
Torce até que se enlace.

Hoje, de novo, senti saudade...

7.2.09

Direção

Sigo na vida,
Cantando poesia,
Varrendo alegrias,
Devendo um amor.

Sigo em partida,
Curando feridas,
Seguindo avenidas,
Cruzando as esquinas,
Sofrendo uma dor.

Agora, sem modos,
Invado destinos,
Em pleno Domingo,
Lembrando um amor.

Invoco meu ódio,
Deixando vestígios,
De um corpo sentido,
De um peito vazio,
Sem dó, nem rancor.

Olha, querida,
De tudo na vida,
Encaro a partida
Como há de encarar meu amor.