Ilusão
Já vi corisco em olhares anuviados
Vi carreiras andarilhas de errantes
Vi fadas enfeitadas de barbantes
Quando me via alegre empapuçado
Pudera ver, quiçá, duendes nus
Quando andava sereno pelos campos
Via cabrochas coloridas pelos santos
E, as cores invadidas, vi de Ogum
Vi figuras estreladas e alumiadas
Quando, ao fim da tarde, reluziam
As paredes das nuvens em seus fios
Refletidas pelo sol da madrugada
Já vi fábulas onde não havia
Vi a minha mulher no balanço
Com as pernas esticadas tanto
E os cabelos... soprando a vida
Já vi coqueiros se desmantelarem
Quando a praga do amor me escorria
E em cada pétala que a flor abria
Fechavam-me os rios e os mares
Já vi sonhos onde não existiam
Com meus olhos de Quixote:
Moinhos encurralaram a sorte
Dentro dos sentimentos que não sentiam
Vi correntezas,
flores-de-amendoeiras
descendo por elas;
Vi tantas coisas vivas
que mesmo apenas vivas em mim,
ainda acreditava que algo eram.
Vi carreiras andarilhas de errantes
Vi fadas enfeitadas de barbantes
Quando me via alegre empapuçado
Pudera ver, quiçá, duendes nus
Quando andava sereno pelos campos
Via cabrochas coloridas pelos santos
E, as cores invadidas, vi de Ogum
Vi figuras estreladas e alumiadas
Quando, ao fim da tarde, reluziam
As paredes das nuvens em seus fios
Refletidas pelo sol da madrugada
Já vi fábulas onde não havia
Vi a minha mulher no balanço
Com as pernas esticadas tanto
E os cabelos... soprando a vida
Já vi coqueiros se desmantelarem
Quando a praga do amor me escorria
E em cada pétala que a flor abria
Fechavam-me os rios e os mares
Já vi sonhos onde não existiam
Com meus olhos de Quixote:
Moinhos encurralaram a sorte
Dentro dos sentimentos que não sentiam
Vi correntezas,
flores-de-amendoeiras
descendo por elas;
Vi tantas coisas vivas
que mesmo apenas vivas em mim,
ainda acreditava que algo eram.